E o meu país é para quem? - .

16 agosto 2012

E o meu país é para quem?

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Acabei de me despedir de uma família que vai embora de Portugal. Decidida. Corajosa. Farta de um país que não valoriza quem trabalha nem quem quer lutar por uma vida melhor. Cansada de um país que não apoia a natalidade e a educação dos filhos. Receosa deste país em que temos medo de adoecer e envelhecer...

Fiquei de coração apertado, e nem quero imaginar como o deles estará. Admiro-os muito por lutarem por uma vida melhor, uma vida com mais oportunidades... Sei que vão conseguir porque são esforçados e trabalhadores. 

Este post é dedicado a todas as famílias que sentem que têm de ir, especialmente à família A.  que é constituída por pessoas  de que Portugal precisa, mas que teima em não valorizar e que quase impele a partir. Afinal, hoje, o nosso país é para quem?

12 comentários:

  1. Tem muita reazão Sofia! Espero que quem partiu encontre a felicidade que procura. Beijinho :)

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  2. Querida Sofia sinceramente não sei e é uma coisa que me preocupa muito. Ao contrário de muitos dos meus amigos/colegas emigrar não faz parte dos meus planos, isto é, só o farei se tiver que ser... mas por minha vontade fico aqui, onde nasci, junto dos meus, no meu país, junto das minhas raízes. Quero muito contribuir para mudar alguns aspectos deste Portugal que temos mas também é preciso que Portugal nos queira por cá...

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  3. É triste quando assim é.

    Esta semana na minha terra um engenheiro suicidou-se porque estava há 2 anos no desemprego e ficou totalmente sem dinheiro.

    Só pergunto: até quando?

    Concordo que temos que lutar com a crise, mas acho o método absolutamente errado.

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  4. É o que me pergunto ao ver o nº de Portugueses crescendo a olhos vistos aqui, e sei que muitos foram "quase forçados" pelas circunstancias e não pela vontade intrínseca de viajar/imigrar.

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  5. Gosto de pensar que o nosso país é para pessoas que se esforçam, que trabalham, que se dedicam e, acima de tudo, que acreditam no seu país. Eu sou mais uma das pessoas já teve a oportunidade de ir trabalhar para o estrangeiro mas decidi ficar em Portugal. Na altura muita coisa pesou na minha decisão: os meus pais, tinha estabilidade profissional e boas perspectivas de carreira. Em 7 anos tudo mudou mas mesmo assim não me arrependo. Se todas as pessoas válidas se forem embora, se deixarmos o nosso país nas mãos de quem não luta e acredita nele, que será do nosso país?! Espero nunca ter de tomar essa decisão. Boa sorte para a família A.

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  6. Teno tantos amigos que já foram e felizmente não estão arrependidos.

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  7. Pessoalmente não emigrei, jà nasci "là fora" (quer dizer... a "historia" é longa) mas vivo em Paris e posso dizer-te o que constato todos os dias: cada vez vejo por aqui mais carros com matriculas portuguesas. Depois, emigrar ou não, é uma escolha pessoal e não é um ato de traição para com Portugal jà que na maior parte das vezes é uma emigração "por obrigação", em busca de uma solução para "se safar". Acho que cada pessoa tem a sua propria "historia" e não podemos generalizar (sorry pela acentuação mas com o teclado AZERTY, faltam alguns acentos ^_^ )

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  8. É de ficar com um nó na garganta.
    Muitas vezes pergunto-me se não deveria pegar na minha família e fazer o mesmo...
    vidademulheraos40.blogspot.com

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  9. Eu sou uma das muitas que saiu do país, estamos há 6 meses a viver no Reino Unido.
    Não sinto que traí a Pátria, sinto que Portugal não me deu condições de vida, por muito que lutasse por isso.
    Sou licenciada em serviço social, mas nunca foi a minha profissão em Portugal, por cá, há inúmeras propostas de emprego na área, às quais nos podemos candidatar e ter perspectivas de futuro.

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  10. Há cada vez mais pessoas a partirem e felizes pela atitude que tomaram. Espero que tudo corra bem.

    homem sem blogue
    homemsemblogue.blogspot.pt

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  11. somos um país de pessoas trabalhadoras e competentes. mas não somos muito empreendedores. falo em particular de empreendimentos que obriguem ao associativismo. fazer uma fábrica, por exemplo, pode ser possível para um grupo de pessoas que dêem as mãos e as economias, mas é difícil para uma ou duas pessoas, que acabam sem capital para levar o projecto para diante.
    e é o empreendorismo que cria postos de trabalho...
    por muito que eu gostasse que não partissem aqueles que partem, a cada falta de um novo projecto, haverá falta de mais postos de trabalho... e não os havendo, há carências que diminuem a esperança de vida dos existentes, que perdem clientes...
    a "fuga para a frente" tem sido a procura de um emprego lá fora. não condeno ninguém. apetece-me fazer o mesmo. mas se a fuga para a frente passasse pelo associativismo e criação de empresas viáveis (que se as existem em locais onde os salários são o dobro dos nossos é porque é possível), aí... mais ficariam. mais se aproveitaria.

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  12. Infelizmente não consigo ter resposta para isso. O nosso país teima em desvalorizar quem poderia contribuir para a sua evolução. E tomar uma decisão dessas não é de todo fácil, é preciso estar mesmo desacreditado face ao país de nascença.

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